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Tema: Artigos
Você nunca mais vai amar do mesmo jeito
Você nunca mais vai amar do mesmo jeito
15
set
Gostaria de dar uma má notícia: o amor morreu. Sim, ele morreu.
Respira fundo
Espero que daqui para a frente você nunca mais ame como sempre amou. E o pior, isso lhe fará bem.
Falei em outro artigo sobre o apego e os desastres causados por ele.
Quando dizemos que amamos uma pessoa a que estamos nos referindo de fato?
Normalmente é o que chamo de um interesse personalista-apegado-erótico-carente.
Raro quem ama de forma lúcida.
Andei meditando sobre o assunto e cheguei a um pensamento simples.
O amor não é um sentimento, mas um espaço psicológico para que os sentimentos aconteçam. Nele cabem todas as emoções.
O amor me parece muito mais um campo aberto para que outras emoções surjam. Você ama uma pessoa apesar da raiva, do medo, da culpa, da inveja e da admiração que sente por ela.
O amor me parece muito mais um anfitrião que vai permitindo que os convidados transitem por todo o espaço da casa. Ele promove a festa e na maior parte das vezes usufrui muito pouco do clima festivo. Ele se alegra em ver a movimentação das pessoas. Ele dilui tensões, afaga os mais carentes, dá liberdade para os mais expansivos e obstrui o canal para os mais destrutivos.
O amor é o anfitrião da alma.
Como todo bom anfitrião ele sabe que todos estão só de passagem. Vieram de suas vidas livres e voltarão a elas, sem apego. Ainda que prefira alguns mais do que outros mesmo assim deixa que todos os sentimentos ou pessoa passem por ele e se beneficiem. A cachoeira não cobra impostos para refrescar as pessoas que se banham nela. Sua força é tão grande e poderosa que o simples fluir de si mesma basta.
A alegria desse amor é ver todos brincando de ser feliz sem se opor ou ditar uma regra para que a felicidade aconteça.
Na hora do medo o amor é aquele pano de fundo que dá o contexto para a pessoa. Ele não se opõe ao medo, mas o abraça e apoia, pois sabe que é algo passageiro e fruto de uma defesa do ego.
Esse amor se dá muito bem com o ego assim como um adulto se relaciona com uma criança sapeca. Sabe que raiva é uma reação ilusória de força e como um toureiro habilidoso deixa que tudo passe por ele sem se deter a nada.
O ciúme para esse amor é mais um jogo de controle inócuo. A pessoa que ama (tendo em vista essa dimensão) incita liberdade, bem-estar e movimentos em busca da felicidade alheia.
É um grande exercício mental de ampliar um repertório vivencial.
Esse amor sabe que a vida é uma grande jornada onde o sentimento de MEU é uma prisão para si e para os outros.
Se você quiser saber como entrar em sintonia com essa dimensão presente em você faça um exercício simples com a pessoa amada.
Quando algo te incomodar tente tirar a sua personalidade da história e imagine o que possibilitaria o livre caminhar feliz dela. Tal como se fosse um amigo querido. Se sua resposta original for diferente dessa é sinal que ainda está apegado ao falso-amor.
Mas se sua resposta for: “sim, ela será mais feliz sem que esteja atenda ao meu desejo ou esteja do meu lado”, liberte essa pessoa de você.
Como um bom anfitrião de sentimentos esse amor saberá que a qualquer momento uma nova festa pode ser formada. A vida sem limites e com amplos caminhos disponíveis é seu destino.
Agora se pergunte se você ama uma pessoa ou você ama uma pessoa para você!
Talvez uma boa prática seja dizer internamente ao invés de eu TE amo, dizer O QUE BRILHA EM VOCÊ EU AMO.
Antes de dizer que isso está muito longe, tente, apenas tente.
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