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Tema: Artigos
Como escolher um terapeuta e como são as sessões?
Como escolher um terapeuta e como são as sessões?
Por Ana Caetano
Cristina Correia, 37 anos
Tinha muita vontade de fazer psicoterapia, mas não tenho ideia de como funciona. Gostaria de saber como escolher um terapeuta, como são as sessões, o que devo esperar.
Obrigada
Cara Cristina,
Atravessamos momentos difíceis na nossa sociedade e uma das consequências poderá traduzir-se em stress, ansiedade, ataques de pânico, fobias, mau relacionamento no casal e com os filhos. Como diz o povo: “em casa que não há pão”… Nestas situações a psicoterapia pode fazer a diferença entre estar mal ou estar bem.
Fazer terapia é também uma das melhores formas de aprofundar o seu auto-conhecimento. No entanto, requer coragem, tempo, dinheiro e energia para iniciar um processo onde irá falar com um estranho sobre detalhes íntimos e por vezes nunca antes revelados, da sua vida. Assim, escolha o seu psicoterapeuta cui-da-do-sa-men-te!
A partir do texto originalmente publicado neste blog internacional, fiz uma adaptação das 12 sugestões dadas por Ryan Howes, Ph.D., ABPP que nos pode orientar a tirar o máximo proveito da experiência terapêutica.
Escolha de forma inteligente: Muitos estudos científicos indicam que a melhor forma de prever um bom resultado do processo em terapia é a qualidade da relação entre paciente e terapeuta. Tome o seu tempo a escolher a pessoa a quem vai pedir ajuda psicológica. Seja por indicação de um amigo que já experimentou ou através da internet, identifique aquele que mais se adequa às suas necessidades. Faça “um test-drive” com alguns dos terapeutas e veja com quem se sente mais confortável e seguro. Não se preocupe com os terapeutas que não escolheu. Acredite que estamos preparados para não ser escolhidos (Pode encontrar informações sobre terapia e psicólogos aqui ou aqui).
A hora terapêutica: as sessões duram entre 50 e 60 minutos. Há ainda abordagens que têm sessões entre 90 e 120 minutos, tal como o EMDR ou a AEDP. Sugestão: Não chegue em cima da sua hora de terapia. Tire 10 a 15 minutos antes da sua sessão para relaxar e pensar sobre o que precisa daquela sessão.
Primeiro os aspetos práticos: Tire as suas dúvidas sobre horários e pagamentos no início do processo terapêutico de forma a estar plenamente envolvida/o na terapia.
Depois, a relação: A qualidade da relação é fundamental. Se não percebeu alguma coisa que foi dita na sessão anterior, se sente alguma mágoa sobre algo que foi dito, ou se está a pensar em terminar a terapia, partilhe isso com o/a terapeuta logo no início da sessão de forma a ter tempo para falar sobre o assunto…e se tem dificuldades em faze-lo isso também faz parte da terapia. Lembre-se que os psicoterapeutas podem ser bons a perceber que alguma coisa não está bem, mas não adivinham o que se passa. Confie na relação para resolver as coisas.
O que é importante trazer para a terapia: O que sentiu ao longo da semana? O que quero da minha vida? Como se está a sentir no momento da sessão? Os terapeutas têm diversas correntes teóricas, sendo que uns valorizam mais os pensamentos, outros as emoções e ainda outros as sensações corporais. Normalmente a resposta a estas questões ajuda a que surjam as questões importantes para o seu processo de terapia.
Simplesmente pergunte: Falar com um desconhecido sobre o que o atormenta e amedronta pode inibi-lo de fazer perguntas. Não precisa de estar “com paninhos quentes” e simplesmente pergunte o que quer saber sobre a terapia e o seu/sua terapeuta e deixe que ele lhe responda ou explique porque não responde.
Clarifique o dialeto psicoterapêutico: Todas as profissões usam termos para se referirem às especificidades da sua área de saber. No entanto, não é obrigado a dominar estes termos, aliás, é fundamental que perceba as palavras usadas pelo terapeuta. Só as palavras que “fazem eco em si” podem ajudar a compreender-se e a minorar o seu sofrimento.
Dê o seu feedback: Como se sente ao longo do processo terapêutico? Sente-se seguro na terapia? Percebe quais são os assuntos importantes para melhorar? Sente-se ouvido pelo seu/sua terapeuta? A matéria prima da terapia gira em torno da verdade do que sentimos e pensamos. E é bom para falar sobre a relação terapêutica.
Aconselhe-se a si própria/o: A terapia consiste em encontrarmos as respostas para os nossos problemas e desafios, não em receber lições e conselhos de outra pessoa, mesmo que seja um especialista em saúde mental. Este é o espaço por excelência para clarificar os seus pensamentos, sentimentos, explorar cenários que podem surgir numa determinada situação e tomar as rédeas das suas decisões. É um falar alto acompanhado. Um dos fatores mais importante na terapia é exercitar a sua autonomia.
Fale em modo livre: Este é o espaço onde não precisa censurar-se no que vai dizer. Até pode parecer ridículo ou disparatado, mas por vezes é nesse tipo de pensamentos que residem os bloqueios e as armadilhas ao nosso bem estar. Confie neste espaço livre de julgamentos.
Dores de crescimento: Entrar em contato com o mais intimo de nós tem tanto de bom como de não. Iremos tomar consciência das nossas competências e das nossas fragilidades…das nossas conquistas e dos nossos erros. Entrar em contato connosco pode ser doloroso. Confie no terapeuta, na relação construída e aceite que por vezes as coisas serão incómodas. Há uma frase que os terapeutas usam muito: “antes de melhorar vai sentir-se pior”.
Planeei “um final feliz”: Não se trata de acabar tudo em bem. Pode até faltar uma ou outra coisa para resolver, mas para si é importante terminar agora. Não deixe abruptamente a terapia e fale com o seu/sua terapeuta esse final adequado. Saber terminar ajudá-lo-á em outros momentos e em muitas outras situações da sua vida.
A terapia é como um curso universitário, em que a matéria a estudar é a sua pessoa. Quanto mais investir na compreensão de si e na colaboração com o/a terapeuta, mais irá rentabilizar o processo terapêutico…e quanto melhor se conhecer, melhor percebe o que quer viver na sua vida de forma a aumentar o seu bem estar, autonomia e liberdade.
Aprecie o caminho de auto-descoberta!
Ana Caetano
Psicóloga Clínica
www.anacaetanopsicologa.com
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