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Tema: Artigos
O narcisista e seus parceiros
O NARCISISTA E SEUS PARCEIROS
Por Mário Quilici
O NARCISISTA E OS INDIVÍDUOS COM TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE DEPENDENTE -TPD
Muitas pessoas nos escreveram falando sobre seus companheiros narcisistas. Muitas desejavam saber como é que se podia lidar com eles ou mesmo, afastarem-se deles. Outras ainda nos perguntaram como reconhecer um narcísico, antes de iniciar o relacionamento. Temo admitir que tais respostas não são fáceis já que os traços mais patológicos das pessoas com Transtornos Narcísicos da Personalidade só aparecem claramente durante os relacionamentos, quando os vínculos vão ficando mais intensos. Somente um profissional bem familiarizado com a patologia pode reconhecê-la com alguma rapidez e ainda assim, é necessária uma boa capacidade de observação.
Dizer que uma pessoa é narcísica por essa ou aquela característica, não é uma coisa que se possa fazer até mesmo porque, de uma forma ou de outra, todos nós apresentamos alguns traços narcísicos. Ninguém está livre dessa condição. Para se definir que um indivíduo é portador de um TNP, é necessário que ele reúna pelo menos cinco características descritas pelo DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e observar sistematicamente seu comportamento.
Entretanto, se pensarmos em termos de relacionamento, pode-se afirmar que, de inicio, o indivíduo com TNP não demonstra suas características patológicas. Qualquer pessoa pode envolver-se com um indivíduo com TNP. Nas fases iniciais de conhecimento, namoro e paixão, tudo é muito comum. O Narcisista geralmente está usando sua melhor aparência. Fica sempre atento àquilo que agrada seu parceiro, diz coisas que imagina que o parceiro quer ouvir de forma que, a convivência com ele nesse período, pode ser uma aventura estimulante.
As mudanças vão ocorrer algum tempo depois de iniciado o relacionamento, talvez um ano ou mais. Na medida em que o relacionamento se desenvolve, os conflitos internos do indivíduo com TNP, começam a “borbulhar”, por assim dizer. Nesse período as pessoas já começaram a perceber algumas incoerências e dificuldades na relação. Nessas alturas, viver com uma pessoa com TNP, pode se tornar muito desgastante. Aqueles indivíduos que não tem nenhuma patologia mental mais séria, geralmente deixam o narcisista nessa fase. Para pessoas saudáveis, é quase impossível viver com o narcisista. Isso ocorre porque, como já dissemos, eles são apenas uma imagem e não existem como pessoas verdadeiras, reais.
Na minha experiência com casais onde um deles sofria de TNP, observei que, aqueles que permanecem vinculados ao Narcisista, têm um tipo de personalidade especial. Sofrem do que chamamos de Trantorno de Personalidade Dependente que está bem descrita no DSM-IV. Poderíamos resumir a descrição assim: São aquelas pessoas que dependem dos demais para obterem gratificação emocional e também para a realização das funções do Ego. Eles são carentes, precisam de muita ajuda e são submissos. Eles têm muito medo do abandono e, assim, agarram-se ao parceiro tenazmente. Seu comportamento geralmente é imaturo mas isso os ajuda a manter o relacionamento com seus companheiros ou esposos de quem dependem. Não importa qual o tipo de abuso que os parceiros ou pais possam lhe infringir, ainda assim, eles permanecem no relacionamento. É muito difícil para uma pessoa que não tem a patologia, ver e aceitar que tais pessoas possam levar uma vida como essa.
Observei que os filhos e maridos de mulheres narcísicas geralmente sofrem desse distúrbio (Não estou afirmando que só as mulheres narcísicas têm esse problema, mas sim que minha experiência é maior com mulheres narcísicas). Normalmente eles têm uma visão distorcida da realidade e de si mesmos. Essa distorção leva-os a diminuírem-se e desprezarem-se enquanto idolatram e engrandecem o narcisista. É uma exigência do narcisista que este auto-abandono ocorra. O narcisista precisa ocupar todo o espaço disponível dentro do outro.
Vamos ver essa vinheta clínica para compreender melhor:
Uma paciente narcísica criticava o marido por não se lembrar de comprar os presentes que ela gostava ou lembrar-se de datas importantes. Mas quando ele fazia essas coisas, ela lembrava-se que no ano anterior ele tinha falhado e o ato de agora, perdia assim sua validade. Se ele lhe dava flores, ela as jogava no chão e pisava porque aquelas não eram as que ela gostava. Ela não era capaz de reconhecer o gesto delicado dele. Acusava-o de não dar valor aos seus comentários e sugestões (o que significava obedecer). Ele tinha que adorá-la, elogiá-la e cortejá-la, ainda que ela o rejeitasse. Ele era obrigado a dar satisfação de tudo o que fazia quando estivesse longe dela. Se o marido saísse com um amigo, ela desconfiava que ele era gay. Se ele conversasse, favorecesse ou ajudasse uma outra mulher, eles já eram considerados amantes. Mas ela saia sem avisar ou dizer aonde ia. Sua desculpa é que precisava testar o marido.
Todo o trabalho do marido era desvalorizado e desprezado porque não atendiam às expectativas da paciente. Vivia criticando o rapaz por não fazer sucesso como as pessoas que ela admirava (invejava). Arrumava sempre uma justificativa para que a culpa de todos os erros ficasse nas costas dele. Mas tudo o que ela fazia era querer imitar um irmão que admirava e invejava porque fazia sucesso ou, qualquer um que fizesse sucesso segundo seu padrão. Curiosamente esse irmão era um mentiroso de carteirinha e exagerava em tudo o que dizia e ela, em sua inveja, acreditava e ficava cega para ser igual. A inveja e o desejo de imitá-lo a impediam de ver que seu irmão era mentiroso. Aos poucos, diante de tantas queixas e humilhações o rapaz começou a acreditar que era mesmo incompetente. Nada do ele fizesse agradava a esposa e nenhum de seus esforços conseguia comovê-la. Na medida em que aceitava essa posição, ficava cada vez mais desvalorizado e conseqüentemente, mais desestimulado. O rapaz aos poucos começou a apresentar confusão mental e um quadro depressivo, tornando-se cada vez mais confuso, paranóico, retraído e impotente. Tinha medo de tomar iniciativa e ser criticado de forma que foi se anulando. O apetite sexual diminuiu e o medo do divórcio tornou-se uma constante ameaça que o estressava mais ainda.
Pode-se observar que tanto o parceiro como os filhos das pessoas com TNP, acabam por transformar-se em pessoas inúteis, uma espécie de bode expiatório do Narcisista. No caso acima, o marido da paciente, era filho de uma mulher narcísica e o pai um indivíduo com TPD. Curiosamente, o Narcisista manobra as coisas de tal maneira, que acabam sendo percebidos por seus parceiros, como pessoas em condições de demandar porque são superiores de muitas maneiras (moral, intelectual ou financeiramente). No caso descrito no mês passado, A Síndrome da Gelatina, uma mulher mostrava-se superior por suas virtudes e capacidade de agüentar sofrimento. Na realidade esses parceiros dos indivíduos com TNP, são masoquistas e a convivência com o narcisista é a medida exata de sofrimento que eles necessitam.
UMA OUTRA VINHETA CLÍNICA:
Uma mulher ambiciosa, fizera um péssimo casamento ao unir-se a um homem pobre e agressivo. Quando já tinham filhos, a situação ficou mais grave mas ela, não se separava dele. Seus filhos eram agredidos assim como ela, durante as crises de alcoolismo do marido. Além disso, agüentava também a humilhação de ser traída pelo marido até mesmo com suas vizinhas próximas. Com o tempo o marido ficou desempregado vivendo de bicos enquanto ela tinha que trabalhar intensamente para sustentar a casa e os filhos. Quando perguntada qual a razão que a impedia de separar-se e poupar pelo menos os filhos, ela dizia que não ficava bem ou, então, que era católica e isso não podia ser feito. Para ela, isso era o que Deus (ela) queria. Mas o que ficou claro é que ela estabelecia sua superioridade pela dor e sofrimento a que era submetida pelo marido, ganhando assim a admiração dos filhos, parentes e vizinhos. Seus filhos passaram a agredir o pai fisicamente tão logo cresceram por causa das provocações dela. Como era de se prever, nenhum dos filhos deu em nada. Nunca estudaram ou se estabeleceram em empregos estáveis. Um tornou-se alcoólatra como o pai e os demais, apesar de não se drogarem, foram fracassados em todos os sentidos.
Nesse caso que acabo de relatar, pode parecer que a mulher foi vitimada por um marido ignóbil e sem caráter. Mas o problema aqui é de outra ordem: a mulher era portadora de um TNP e ele de uma TPD - Distúrbio de Personalidade Dependente. O narcisista é poderoso, agüenta tudo, sofre tudo, pode tudo de forma que deixa o outro impotente, castrado e culpado. O Indivíduo com TPD - Distúrbio de Personalidade Dependente, é o oposto. Esse tipo de paciente, precisa desse maltrato pois é onde obtém provisões masoquistas e, dessa forma, acaba por encorajar certos comportamentos do seu algoz narcisista. Um narcisista nunca está inteiro sem um adorador submisso e disponível. Seu exagerado senso de superioridade, ou seja, seu falso-self, depende disso.
É só através da negação de si próprio que o parceiro sobrevive e consegue manter a relação com o narcisista. É tudo o que o narcisista exige. O parceiro com PDP, tem que negar seus desejos, esperanças, aspirações, necessidades sexuais, necessidades psicológicas, necessidades materiais e tudo o mais que possa contrariar o narcisista.
Lembro-me de um paciente cuja mãe narcísica o obrigava a sustentar a si e a seus irmãos que não trabalhavam. Observou-se que sempre que ele se rebelava ela o ameaçava com a retirada afetiva e logo depois com o agravamento de uma de suas doenças. Sarava tão logo o objetivo era atingido. Mais à frente, quando o rapaz casou-se não permitia que sua mulher o ajudasse com as despesas e tão logo ela começou a ganhar mais que ele, a vida transformou-se num inferno de maus tratos. A moça pediu o divórcio. Ele só concebia a vida se fosse vivê-la de forma servil, realizando sonhos e desejos dos outros. Nunca permitia que ninguém realizasse seus sonhos, ajudasse-o ou cuidasse dele. Vivia se enfiando em situações onde perdia dinheiro ou era enganado.
PERSONALIDADE DEPENDENTE
Segundo o DSM-IV, o Transtorno da Personalidade Dependente é assim caracterizado:
1- Dificuldade em tomar decisões do dia-a-dia sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento da parte das outras pessoas;
2- Necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida;
3- Dificuldade em expressar discordância de outros, pele medo de perder apoio ou aprovação;
4- Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria por causa da falta de confiança em seu julgamento ou capacidades e não por falta de energia ou de motivação;
5- Vai a extremos para obter carinho dos outros e apoio, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas desagradáveis;
6- Sente desconforto e desamparo quando está só, em razão de temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si próprio;
7- Busca urgentemente um relacionamento como fonte de carinho e amparo, quando um relacionamento intimo é interrompido;
8- Preocupação irrealista com temores de ser abandonado à sua própria sorte.
O NARCISISTA ENCOBERTO OU INVERTIDO
O texto a seguir, está baseado nos estudos e dados dos trabalhos pioneiros de Alice Ratzlaff, graduando da Queen's University School of Law, Kingston, Ontário, Canadá, cujo trabalho está voltado para o trabalho de proteção legal, que visa combater a violência sofrida por crianças na Columbia Britânica, Canadá. Ela foi a principal autora que estudei para escrever o texto.
Os estudiosos estão chamando de “Narcisista Encoberto” ou “Narcisista Invertido”, o sujeito com TPD que geralmente complementa o narcisista. Observações mostram que de fato há uma complementação entre o parceiro narcísico e seu companheiro. É um sujeito que freqüentemente liga-se e depende dos indivíduos com TNP. Esse casal funciona muito bem na complementaridade. Em nossa última edição, falamos sobre o TNP – Transtorno Narcísico da Personalidade, onde procuramos enfocar todas as características desse transtorno mental que, na minha opinião, está na base de muitas outras doenças com nomes diferentes e, principalmente, dos Transtornos de Personalidade. Mas falarei do TPD, uma outra forma de narcisismo com manifestações um pouco diferentes e que, alguns profissionais e clínicos chamam especulativamente de Narcisismo Invertido, Narcisismo Encoberto ou Reprimido. Nós usaremos a denominação: Narcisismo Encoberto (NE), para facilitar a compreensão.
Esse é um tipo de narcisista que, em muitos aspectos é o reflexo da imagem do narcisista clássico. Mas não reage como ele e sim o complementa. Talvez possamos dizer que haja aqui um Transtorno de Personalidade Dependente Complementar ao Narcisismo. Como nas demais patologias, esse tipo de transtorno é fruto de uma perturbação na relação com os objetos primários (os pais). Observou-se que em famílias com pais e, principalmente mães com TNP, eles estão mais presentes. Esses tipos de pais são extremamente abusivos e podem levar à repressão de um narcisismo aberto e induzir outros mecanismos de defesa. Normalmente o indivíduo com TDP, é retraído, emocionalmente frágil e na maioria das vezes socialmente fóbico. Eles obtêm toda sua auto-estima e valor, a partir de outras pessoas e são patológicamente invejosos. Essa inveja é uma transformação da agressão. São pessoas emocionalmente mais lábeis que os narcisistas clássicos.
Os pais do indivíduo com TDP, por serem Narcisistas, parecem ter empregado uma infinidade de defesas primitivas (característica mais comuns nos psicóticos), quando cuidaram do indivíduo na infância. O uso da cisão que nesse caso, consiste de, por um lado idealizar a criança e por outro desvalorizá-la ou não se aperceber de suas necessidades, refletem a dinâmica interna da mãe mais do que a dinâmica da criança.
O uso da identificação projetiva que significa forçar para dentro da criança traços negados pelos pais, deixando a criança portadora de medos e defeitos que eram deles, também deve ter sido usado com freqüência. Esse, particularmente, é um mecanismo poderosamente pernicioso. Se os pais de um indivíduo temem suas próprias deficiências, vulnerabilidades, suscetibilidades, culpas ou emoções, ele pode induzir a criança a sentir essas emoções repulsivas e que foram rejeitadas.A criança vai sentir essas coisas pelos pais. Um dos grandes problemas dos pais narcísicos é esse, o uso maciço da identificação projetiva. O indivíduo então passa a comportar-se exibindo os traços de caráter fortemente rejeitados pelos pais, nele mesmo. Essa situação é bem conhecida de todos nós, ainda que algumas pessoas não tenham conhecimento desse aspecto técnico. São aqueles filhos de pais que, aparentemente são impecáveis em todos os sentidos e seus filhos tornam-se pessoas completamente opostas a eles. Os pais puderam negar certas características que havia neles, “projetaram-nas” na criança e ela as realiza.
Isso significa que a criança transformou-se numa lixeira de todos os sentimentos ruins dos pais. É tratada como uma extensão deles e assim, vai torna-se uma imagem refletida das coisas ruins dos pais. Relacionamentos desse tipo entre os pais e seus filhos deterioram facilmente em abusos sexuais e outros tipos de abuso porque não há limites funcionando entre eles. Crianças provenientes desse tipo de dinâmica familiar são mais propensas a se deixarem violentar sexualmente pois desconhecem os limites entre elas e os outros.
Vinheta Clínica
Uma jovem tinha um comportamento extremamente promíscuo. Ela mesma não compreendia esse seu comportamento mas não conseguia exercer nenhum controle sobre ele. Sua mãe era uma mulher extremamente religiosa e rígida com os costumes morais e também não conseguia entender o que tinha levado sua filha àquele padrão de comportamento. Um dia numa crise entre as duas, mãe e filha discutiram longamente e então a mãe acusou-a de não ter nenhum controle sobre seus impulsos. Confessou-lhe que sempre fora atormentada por aqueles impulsos mas que os dominou severamente com a ajuda de Deus e que, quando sua filha nasceu, ela “pressentiu” que a menina seria assim. Ficou claro para a paciente que carregava um pedaço rejeitado da mãe dentro dela.
A formação da personalidade ou self, implica na interiorização das imagens paternas que são integradas ao self da criança e assim criam uma identidade especial. A criança narcísica internalizou o objeto primário idealizado (grandioso) de forma integra e maciça e não através de identificações que se misturam às qualidades da própria criança como acontece com a maioria das pessoas. Isso significa que a voz interna que vai determinar o comportamento da criança é a voz da mãe narcísica. Uma vez que a voz interna tenha essa natureza, a criança tenta atingir e cumprir o direcionamento e os desejos narcísicos, explícitos ou implícitos. A criança transforma-se num especialista em providenciar suprimento narcísicos aos pais e seus substitutos posteriores, ou seja, satisfazê-los sem nunca poder decepcioná-los. O indivíduo que foi criado num ambiente desses, é uma extensão do narcisista e é por isso que os chamamos de Narcisistas Encobertos.
Nos não podemos deixar de lado o aspecto abusivo desse tipo de relacionamento. O objeto primário do narcisista sempre se alternou entre a idealização de seus filhos e sua desvalorização e, dessa forma, a criança internaliza um objeto que tem muitas caras: abusivo, humilhante, diminuidor e etc. A mãe vai dessa forma, viver dentro da criança como um ideal de ego irrealista.
Na vida adulta, o indivíduo vai continuar a manter esses traços como se fossem uma legitima parte dele. Então, ele procura os narcisistas para conviver a fim de sentir-se inteira, viva e desejada. Ele precisa ser tratado pelo narcisista de forma narcísica. Esse indivíduo vai sentir-se insatisfeito, vazio e não amado, se não estiver na presença de um narcisista. O narcisista apesar de não saber o que quer, dá a esse tipo de pessoa uma indicação de que sabe e assim, esse tipo de indivíduo, não tem que se preocupar em criar recursos para sobreviver. Seu relacionamento com pessoas não narcísicas não funciona.
O narcisistas encobertos, por outro lado, agem só na fantasia. Isso ocorre porque eles internalizaram o objeto primário narcisista e nada mais. O narcisista encoberto sente-se doente numa relação com um individuo não narcísico porque este é, inconscientemente, percebido como sendo traidor, impostor, alguém diferente do objeto narcisista primário. Eles então ficam inquietos e paranóicos diante dessas pessoas.
O narcisista encoberto, geralmente foi uma criança excessivamente tímida, com crises de pânico e não recebeu o adequado sustento dos pais. O ambiente onde ele cresceu foi repressivo e tenso, provavelmente um ambiente segregacionista, preconceituoso, tradicionalista etc. Esse tipo de paciente é muito comumente encontrado naquelas famílias muito pobres com aspirações à nobreza que mantém um padrão muito rígido de moralidade.
Um outro dado que se pode observar e que confirmam os achados da autora, é que geralmente, este tipo de indivíduo, está destinado a um papel negativo (mórbido) no seio de sua família. Eles geralmente são enganados, servem como fonte de sustentação material, mas são desprezados por suas características servis e comportamento infantil.
A despeito da fobia social quase sempre encontrada neles, sua grandiosidade absorvida dos pais, pode direcioná-los para profissões que busquem alguma evidência e envolvam exposição, ocupações e contatos sociais intensos. Mas, por paradoxal que pareça, o resultado é um conflito constante que pode ir de simples sentimentos de desconforto até um terror extremo. Minha experiência mostra que os dados de Alice Ratzlaff, são coerentes com os achados clínicos. Isso ocorre porque a grandiosidade do NE, é copiada (importada) e assim, não está completamente integrada. Logo, ele não tem suporte para suas buscas grandiosas (como é o caso do narcisista). Pelo contrário, o NE sente-se desajeitado, parado à beira de um precipício, com um sentimento de que ele não existe. No fundo muitos deles sabem que são uns enganos, mas não conseguem explicações para essas sensações.
VEJAMOS AS CARACTERÍSTICAS DE UM NARCISISTA ENCOBERTO:
• Busca criar uma ilusão de superioridade e construir uma imagem de auto-estima elevada;
• Busca desesperadamente por reconhecimento e prestígio para compensar a falta de sentimento a respeito da própria auto-estima;
• Pode desenvolver uma atitude desvalorizante diante da conquista dos demais que são ridicularizadas e desvalorizadas;
• Tem persistentes aspirações de glória e status;
• Tem tendência a exagerar sobre os fatos e gosta de ostentação;
• É sensível à maneira como os outros reagem a ele, observa e ouve cuidadosamente em busca de julgamentos críticos e sente-se desprezado pela desaprovação;
• Rapidamente sente-se envergonhado e humilhado e especialmente ansioso e vulnerável diante dos julgamentos dos demais;
• Dissimula sentimento de inadequação e deficiência com pseudo arrogância e grandiosidade.
• Tem uma forte tendência à hipocondria;
• Costuma alternar entre sentimentos de vazio e morte e estados de excitação e excesso de energia;
• Cria fantasia de grandiosidade; está perseguindo constantemente a perfeição, sonha ser gênio ou conseguir o estrelato;
• Na sua história afetiva eles procuram por um parceiro idealizado e tem intensa necessidade de afirmação e confirmação nos relacionamentos;
• A sua produção no trabalho não é uma medida de suas habilidades porque eles estão sempre ansiosos pelo desejo de gratificação imediata e sucesso.
• São delicados, sentem-se provocados diante de qualquer ofensa simples, vivem prevendo continuamente ataques e perigos, reagem com ódio e fantasias de vingança quando sentem que foram frustrados em sua necessidade por constante admiração;
• São conscientes tanto de sua dependência dos outros como da necessidade de aprovação;
• Sofrem constantes e regulares oscilações de auto-estima;
• Procuram negar o sentimento de inadequação forçando a atenção dos demais de forma a obter admiração para si mesmos;
• Podem reagir com retraimento e depressão à falta de confirmação para suas expectativas de grandiosidade.
A forma de tratamento é a mesma utilizada para o narcisista pois, o fato de o narcisismo ficar encoberto, não significa que ficou diferente mas sim que o indivíduo não pode expressar o narcisismo abertamente. Talvez o que tenhamos aqui é um narcisismo um pouco mais fácil de ser tratado. O grande problema desses indivíduos é que eles, diferentes dos neuróticos, são ego sintônicos, ou seja, acham que a causa de seus problemas está no mundo e, dessa forma, não oferecem facilidades para o tratamento já que não são responsáveis por nada.
Mário Quilici
Mario Quilici, psicanalista, é um pesquisador independente e ativo do desenvolvimento infantil e de como os distúrbios do vínculo entre os Bebês e seus pais podem levar ao surgimento de psicopatologias na medida que impedem um adequado desenvolvimento emocional e conseqüentemente da personalidade. Desenvolve trabalho clínico com adultos, casais e famílias bem como com orientação de pais. Dedica-se também ao estudo de neuropsicologia e psiconeuroimunologia.
Perfil - peguei de uma tradução do inglês no google
Olá a todos. Eu era apenas, mais uma vez esta manhã, perplexo e espantado com a incompetência emocional de continuar meu stbx. Quando isso acontece, eu acho que normalmente ajuda a fazer uma leitura pouco narcisistas, como identificá-lo como tal. Eu pensei que essa informação - em especial a parte sobre o abandono sexuais sendo típica nas relações com os narcisistas abusivas - pode ressoar aqui. Parece descrever com precisão o meu estado emocional como eu estava cambaleando através do 6.5 (terrível) anos do meu casamento.-SP
Extraído de:
http://www.healthyplace.com/personality-disorders/malignant-self-love/spouse-mate-partner-of-the-narcissist/menu-id-1469/
O cônjuge / companheiro / parceiro da Narcissist
Escrito por Sam Vaknin
08 de novembro de 2008
Pergunta:
Que tipo de cônjuge / companheiro / parceiro é susceptível de ser atraído por um narcisista?
Resposta:
Vítimas
Em face disso, não há parceiro (emocional) ou mate, que geralmente "liga" com um narcisista. Eles vêm de todas as formas e tamanhos. As fases iniciais da atração, a paixão e se apaixonar são bastante normal. O narcisista coloca em sua melhor face - a outra parte é cegado por brotamento amor. Um processo de seleção natural ocorre somente muito mais tarde, como o relacionamento se desenvolve e é colocada à prova.
Viver com um narcisista pode ser divertido, é sempre oneroso, muitas vezes angustiante. Sobrevivendo um relacionamento com um narcisista indica, portanto, os parâmetros da personalidade do sobrevivente. Ela (ou, mais raramente, ele) é moldado pela relação em A típica narcisistas Mate / parceiro / cônjuge.
Em primeiro lugar, o parceiro do narcisista deve ter um deficiente ou uma compreensão distorcida de seu eu e da realidade. Caso contrário, ela (ou ele) é obrigado a abandonar o navio do narcisista cedo. A distorção cognitiva é provável que consistem em desprezar e humilhar-se - enquanto aggrandising e adorando o narcisista. O parceiro é, portanto, se colocando na posição de vítima eterna indigno, passível, um bode expiatório. Às vezes, é muito importante para o parceiro apareça moral, de sacrifício e vítima. Em outros momentos, ela não tem sequer conhecimento dessa situação. O narcisista é percebida pelo parceiro para ser uma pessoa na posição de exigir esses sacrifícios de seu parceiro, sendo superior em muitos aspectos (intelectual, emocional, moral e financeiramente).
O estado da vítima profissional se sente bem com a tendência do parceiro para punir a si mesma, a saber: com o seu traço masoquista. A vida atormentada com o narcisista é, na medida em que o parceiro está consciente, uma justa medida punitiva.
Neste contexto, o parceiro é a imagem espelhada do narcisista. Ao manter uma relação simbiótica com ele, por ser totalmente dependente da fonte de abastecimento masoquista (que o narcisista constitui mais confiável e mais amplamente fornece) - o parceiro melhora certas características e incentiva a certos comportamentos, que estão no cerne do narcisismo.
O narcisista nunca é completa sem uma devota, submissa, disponível parceiro auto-denegrir. Seu senso de superioridade muito, na verdade seu Falso Self, depende dele. Seu superego sádico switches suas atenções do narcisista (nos quais, muitas vezes, provoca ideação suicida) para o parceiro, assim, finalmente, obter uma fonte alternativa de satisfação sádica.
É através da auto-negação que o parceiro sobrevive. Ela nega os seus desejos, esperanças, sonhos, aspirações, sexual, necessidades psicológicas e materiais, e muitas outras coisas. Ela percebe as necessidades dela como uma ameaça porque podem gerar a ira de Deus, figura como o narcisista supremo. O narcisista é processado nos olhos dela ainda mais superior por meio e por isso a auto-negação. autonegação comprometeu-se a facilitar e facilitar a vida de um "grande homem" é mais palatável. O "maior" o homem (= o narcisista), o que é mais fácil para o parceiro a ignorar o seu próprio eu, a minguar, a degenerar, para se transformar em um apêndice do narcisista e, finalmente, a tornar-se nada além de uma extensão, fundir-se com o narcisista ao ponto do esquecimento e da memória dim de si mesmo.
Os dois colaborar nessa dança macabra. O narcisista é formado porseu parceiro na medida em que as suas formas. Apresentação superioridade de raças e raças sadismo masoquismo. Os relacionamentos são caracterizados por emergentism desenfreada: os papéis são atribuídos quase desde o início e qualquer desvio encontra-se com uma agressiva reação até violenta.
O estado de espírito predominante do parceiro é a confusão total. Mesmo as relações mais básicas - com o marido, filhos ou pais - permanecem desconcertante obscurecido pela sombra gigante pela intensa interação com o narcisista. A suspensão do julgamento é parte integrante de uma suspensão de individualidade, que é tanto um pré-requisito eo resultado da convivência com um narcisista. O parceiro já não sabe o que é verdadeiro e certo eo que é errado e proibido.
O narcisista recria para o parceiro o tipo de ambiente emocional que levou à sua própria formação, em primeiro lugar: inconstância, inconstância, a arbitrariedade, emocional (e físico ou sexual) abandono. O mundo torna-se incerta e assustadora eo parceiro só tem uma coisa para agarrar: a narcisista.
E se agarrar ela. Se existe alguma coisa que pode seguramente ser dito sobre aqueles que emocionalmente equipa com narcisistas, é que eles são abertamente e excessivamente dependente.
O parceiro não sabe o que fazer - e isso só é muito natural em meio ao caos que é a relação com o narcisismo. Mas o parceiro típicas também não sabe o que quer e, em grande medida, quem ela é eo que ela quer se tornar.
Estas perguntas não respondidas prejudicar a habilidade do parceiro para avaliar a realidade, avaliar e avaliar-lo para o que é. Seu pecado primordial é que ela se apaixonou por uma imagem, não com uma pessoa real. É o esvaziamento da imagem que é lamentada quando o relacionamento termina.
O rompimento de um relacionamento com um narcisista é, portanto, muito carregado emocionalmente. É o culminar de uma longa cadeia de humilhações e de subjugação. É a rebelião do funcionamento e da parte saudável da personalidade do parceiro contra a tirania do narcisista.
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