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Tema: Artigos
O Complexo de Édipo e sua relação com o casamento dos pais
O Complexo de Édipo e sua relação com o casamento dos pais
Édipo e a Esfinge
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Semana passada recebi um pedido para falar do Complexo de Jocasta. Por esse motivo comecei a escrever sobre a relação que a qualidade do casamento dos pais tem com o desenvolvimento psico-afetivo de seus filhos.
Para falarmos de Jocasta precisamos antes falar um pouco sobre o complexo de Édipo – já que Jocasta foi sua mãe e posteriormente sua esposa. O termo complexo de Édipo é bastante conhecido e difundido, porém pouco compreendido. Lembro muito bem quando comecei a estudá-lo na universidade e pensava “Isso não faz o menor sentido… atração sexual entre filho e mãe…”
Mas o que é o Complexo de Édipo?
A idéia em termos gerais é como se fosse a forma que o sujeito encontrou para resolver seu primeiro interesse amoroso – acho que dizer amoroso fica mais fácil de ser entendido do que o termo interesse sexual – que normalmente é pelo genitor do sexo oposto. Amor e sexualidade não são coisas distintas nas crianças, elas fazem parte de um único sentimento. A forma como a criança lida com essa fase edípica é transportada para seus futuros relacionamentos amorosos e daí vem a importância de uma boa resolução.
Acho que fica infinitamente mais fácil de entendermos o Édipo trocando a palavra sexual por “amorosa”. Dentro do linguajar psicanalítico sexual é toda conduta que nos direciona em relação a outra pessoa.
Esse interesse sexual infantil não pode ser entendido como se fosse igual ao interesse sexual adulto. As crianças não estão desejando transar com os pais – não é isso. É mais a idéia de um ter um par, de se unir com alguém.
Como escrevi anteriormente, as aplicações e consequências do complexo de Édipo são levadas para a vida toda e determinam em grande parte a forma de agir e de relacionar-se que o indivíduo terá com os outros.
Agora vamos entender como a qualidade do casamento dos pais interfere na vida amorosa dos filhos.
Muitos pais têm dúvidas sobre como agir nesse período da vida da criança – que ocorre mais ou menos entre os 3 e 5 anos de idade. O que ocorre normalmente é um certo afastamento por parte do adulto e até mesmo a desaprovação explícita do comportamento da criança – da expressão de seu amor. Puni-la e envergonhá-la em suas demonstrações amorosas acaba sendo o mais corriqueiro…
A consequência para o resto da vida dessa criança é que amor e sexualidade se transformam em coisas completamente distintas. É como se a criança abandonasse sua sexualidade em troca de permanecer com o amor dos pais. Toda criança espera e precisa da aprovação dos pais para existir.
Continuando… casamentos bem sucedidos aonde encontramos tanto o amor quanto o sexo só pode existir em relações de adultos saudáveis. Ao reconhecerem sua própria sexualidade e sua importância na vida o pai e a mãe permitem que seus filhos também sejam seres sexualizados. Tem dificuldade de lidar com a sexualidade do filho aquele pai ou mãe que não conhece e não lida bem com sua própria sexualidade. De todas as resoluções possíveis essa é a mais comum. Estando um dos genitores afastado o outro com sua carência afetiva usa a criança e seu amor e ela ocupará o lugar que era destinado ao cônjuge – e não ao filho.
Ao cindir sexo e amor lá na infância temos relacionamentos adultos que não são capazes de nos satisfazer nos dois sentidos. Amor e sexo deveriam caminhar juntos. Teríamos casamentos que além de proteção e aconchego nos daria prazer sexual adulto. Teríamos relações sexuais que além do prazer envolveria amor.
É importante que as investidas amorosas da criança em relação aos pais sejam de certa forma frustradas, mas que ainda assim os pais reconheçam que seu filho (ou filha) é alguém sexualizado e capaz de amar. Alguém digno de amor. Que suas demonstrações de amor não são erradas ou vergonhosas. A melhor saída é demonstrar que o pai ou a mãe já tem um parceiro e jamais humilhar ou rejeitar a criança desaprovando seu comportamento. Isso acaba acontecendo de forma natural quando o casal está bem na relação. A criança entenderá que não pode roubar o papel de um dos pais, mas que existem outras pessoas da mesma idade dela que são futuros parceiros em potencial e que assim como seus pais se encontraram ela também encontrará alguém para si. A criança terá um modelo saudável de como relacionar-se amorosamente com os outros… e cá entre nós, isso já é metade dos problemas da vida resolvidos!
Existem diversas resoluções para o Complexo de Édipo, mas o que é o mais importante de se entender é que o filho não pode e não deve ser utilizado como um preenchimento afetivo dos pais. Comentários | Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro a comentar este artigo!! Os comentários são moderados, serão analisados pela nossa equipe antes da publicação. |
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