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Tema: Artigos
Cair de Cabeça numa Relação
Quer coisa mais gostosa do que se apaixonar intensamente e viver um romance daqueles de filme?
Mas porque nem sempre é uma boa ideia cair de cabeça numa relação?
A metáfora é clara, você cai de cabeça totalmente cego, descoordenado e vulnerável.
As teias da paixão são altamente sedutoras, mas como toda teia ela irá agarrar seus sentimentos com força maior do que poderá se desprender.
Já notou como essa fase é parecida com uma droga? Você quer toda hora, perde o bom senso,quer cada vez mais e fala coisas desconexas e que só você vê. E mais, toma decisões completamente apressadas e totalmente sem base na realidade.
A paixão é um convite ao vício.
Mas até aí qual o problema disso? Nenhum, desde que você tivesse liberdade para escolher isso e na maior parte das vezes não tem.
A base da paixão é a projeção de fantasias idealizadas e resultado de frustrações afetivas do passado, portanto o risco disso resultar em decepção e fracasso é altíssimo. Normalmente o apaixonado busca na pessoa amada uma completude cega de necessidade impossíveis de serem preenchidas (como carências maternais primitivas).
A paixão é apressada e costuma seguir um curso afobado e cheio de precipitação exatamente porque o casal ignora uma série de rituais de passagem importantes no caminhar de um relacionamento sólido.
Essas relações costumam ser vulcânicas e rápidas, de um momento para o outro pode vir uma interrupção e término. Depois de um fim-de-semana cheio de ardor e declarações de eternidade um dos dois pode sucumbir a sentimentos “inexplicáveis” de raiva e desprezo.
É como se toda aquela expectativa fosse frustrada de um momento para o outro e quando tudo parecia bem a relação acaba.
Normalmente a mulher é pega de surpresa e se afunda num mar de queixas, lamentações e dúvida sem fim.
“Por que ele me deixou se tudo ia tão bem?”
Pelo simples fato de que tudo ia demais. Rápido demais, intenso demais, promessas demais, demandas demais e timming de menos. O nosso “organismo” emocional não dá conta de tanta intensidade sem gerar um alto grau de vazio.
Normalmente os romances exagerados escondem conflitos do casal. O homem querendo se libertar de seu isolamento (já que nega sua necessidade de ser dependente) e a mulher aspirando se sentir fundida na pessoa amada. A necessidade de fantasiar a realidade mascara grandes ansiedades no real estabelecimento de intimidade.
Intimidade é uma casa bem elaborada e cheia de caminhos complexos. Os casais apaixonados criam uma falsa ilusão de intimidade ao reprimirem qualquer manifestação de contrariedade ou hostilidade. No afã de fazer tudo dar certo sacrificam aspectos importantes da própria personalidade em função da pessoa “amada”.
A mente humana cobra um preço alto quando algo é negado, reprimido ou deixado de lado [leia sobre sombra]. Como um barril vazio que foi afundado no mar ele volta à superfície com força redobrada.
Emoções reprimidas quando surgem rasgam os mais bonitos sonhos de um casal apaixonado.
O resultado é desilusão, raiva, cobranças sem fim e sentimento de impotência. O que se costuma ver é uma mulher lamentando e acusando e um homem cheio de vergonha e ódio por si mesmo (que foge de maiores explicações).
O problema é quando isso se repete interminavelmente e a cada nova tentativa percebe-se um novo ciclo de ardor que será mais rápido e mais intenso, e claro, mais curto que os anteriores.
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