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Tema: Artigos
Por que meu relacionamento amoroso acabou?
“Nos amávamos, tínhamos uma história juntos de muitos anos e, no entanto, terminou. Não foi falta de amor, foi nosso jeito de conduzir as coisas que acabou com tudo”.
Essa mulher iniciou seu relato assim.
O caso dela não é exclusividade. Por que mesmo havendo amor uma relação acaba?
Resposta simples, apenas o amor não sustenta o tecido de uma relação como gostaríamos.
Aquilo que chamamos de amor – uma mistura de desejo, cumplicidade e vontade de ter alguém ao lado – é algo frágil.
A construção do relacionamento é mais complexa. Estou falando de convívio, regras mútuas, espaço pessoal e do casal. O amor não suplanta essas variáveis. Vivemos uma fase de relações líquidas, como diz Zygmunt Bauman regidas pela futilidade e superficialidade emocional.
A individualidade ganhou do relacionamento nas estratégias e jogos sociais.
Quando um relacionamento acaba é natural que se pense: “onde foi que eu errei?”
Você não errou.
Um relacionamento acontece num espaço entre duas pessoas. Relacionamento é a possibilidade que cada pessoa oferece à outra para se desenvolver.
É uma história contada à dois, sem começo certo, percurso definido ou previsão de término.
Cada pessoa vai lidar com essas variáveis de um jeito. Existem casais que se põe à prova constantemente e outros colaboram para o crescimento da relação. Alegar que uma pessoa foi prejudicial para a outra é reafirmar a ideia que uma personalidade só faz uma relação a dois.
A relação era disfuncional, os espaços que cada um oferecia eram restritos. O excesso ou a escassez de algo contamina esse espaço de crescimento.
No caso que comentei no início, ambos competiam entre si. Tornavam a relação uma maratona sem fim e altamente desgastante. Queriam respirar demais o ar do outro. Faltou oxigênio para ambos.
O amor, enquanto posse e desejo era abundante, mas a liberdade era escassa. A disputa de poder se instalou entre eles. Até pelo nome dos filhos brigavam.
Ambos perderam a perspectiva de que amar implica oferecer mais vida ao outro. Um deles era O CULPADO? Jamais.
O espaço psíquico que cada um ofereceu se esgotou de possibilidades. Ninguém mais crescia. Isso sim precipita o fim de uma relação: limitar a pessoa amada naquilo que ela pode e deve ultrapassar.
Do mesmo jeito que não podemos afirmar como um relacionamento acaba também nunca saberemos por que ele terminou… Pistas, só pistas. Pouco ar.
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